PEPITAS DE OURO DA ESTRADA DA VIDA: Morada provisória e a nova residência

TRINDADE DE MINHA INFÂNCIA (Continuação)

Mudança para o galpão: 
A vida precisava continuar... 
Então, juntou-se o que havia sobrado do incêndio e fomos residir provisoriamente no galpão do engenho, na baixada, mais próximo ao lago. Neste galpão, ficamos abrigados durante o tempo que foi necessário à construção da nossa nova residência.

Não me contaram por quanto tempo, ficamos no galpão da beira do lago, convivendo diretamente com o barulho, a poluição, o cheiro de engenho e a luta diária dos labores...

A Nova residência: Ela foi erguida em local bem mais afastado do lago, num aplainamento feito no sopé de uma colina, tendo à frente larga planície por onde serpenteava respeitável igarapé. Havia um amplo terreiro por atrás da casa e, um barranco elevado mostrando o barro amarelo-pardacento daquele importante prolongamento do relevo do Morro da Trindade. Estas elevações eram quase totalmente cobertas por vegetação florestal que foi conservada por meu pai durante todo o tempo em que ali residimos. Na orla da floresta, foram plantadas algumas limeiras cujos galhos debruçavam-se sobre o barranco e serviam de refúgio, especialmente, para porcos e galinhas, nas horas de sol forte.

Foi esta residência que me viu crescer!... Refúgio de minha infância querida!... Santuário que mostrou-me a cara do mundo, meu pequeno mundo, como me parecia ser ...! 
Ela tornou-se a minha casa-mãe, que aprendi a amar e a conhecer, em todos os seus detalhes, compartimentos, móveis e utensílios... 
Cada sala, cada quarto, cada espaço tem uma história que me vincula, emociona e seduz... 
Foi meu lar amigo durante cerca de 12 ano, até quando nos mudamos para Pedreiras, por volta de 1952/1953.

Aqueles doze anos se me parecem uma eternidade...! 
Principalmente, quando os olho, hoje, das alturas dos dias abençoados que Deus me concedeu viver ... e, das cãs que me iluminam a face, me projetam e me aproximam do lar amigo, do meu amado Criador!...   

(vai cont...)