QUESTÃO 438 - YOUCAT: POR QUE TEM A IGREJA CATÓLICA UMA DOUTRINA SOCIAL PRÓPRIA?
(Em edição)
QUESTÃO 438: POR QUE TEM A IGREJA CATÓLICA UMA DOUTRINA SOCIAL PRÓPRIA?
José Rodorval Ramalho e Thaís Novaes Cavalcanti, organizadores.
Fonte Editorial - 326 páginas.
Fonte Editorial - 326 páginas.
YouCat responde: Porque todas as pessoas possuem, como filhas de Deus, uma dignidade única, a Igreja empenha-se com a sua Doutrina Social por que esta dignidade humana também se realize, no âmbito social, em todas as pessoas. Ela não quer tutelar a política ou a economia; mas quando, na política e na economia, a dignidade humana é ferida, a Igreja tem de se intrometer. [2419-2420, 2422-2423]
E continua: "As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias das pessoas de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo." (Gaudium et spes, nº1). Na sua Doutrina Social, a Igreja concretiza esta frase. E ela questiona: como podemos assumir a responsabilidade pelo bem-estar e pela convivência junta com todos, mesmo os que não são cristãos? Como devem ser formadas as instituições políticas, econômicas e sociais? No seu empenho pela justiça, a Igreja é guiada por um amor que se orienta pelo amor de Cristo à humanidade.
Citações YouCat:
- A caridade é a via mestra da Doutrina Social da Igreja. Bento XVI, Caritas in varitate, nº 2
- A Igreja compartilha com os homens do nosso tempo um profundo e ardente desejo de vida justa, sobre todos os aspectos. Não deixa de fazer objeto de reflexão os vários aspectos da justiça exigidos pela vida dos homens e das sociedades. João Paulo II, Dives in Misericordia.
REFLEXÃO
Assim trabalha a Santa Igreja Católica e Apostólica, pelos séculos, e não poderia ser diferente.
Se a Doutrina Social da Igreja não tem alcançado maior desempenho na sociedade dos nossos dias, sendo até mesmo desprezada em certas espaços, posso crer que isto ocorra mais em razão da falta de fé e de boa vontade de muitos do que por falta de clareza e pertinência doutrinais.
CIC-§2422: "O ensino social da Igreja inclui um corpo de doutrina que se vai articulando à medida que a mesma Igreja interpreta os acontecimentos no decurso da história à luz do conjunto da Palavra revelada por Cristo Jesus, com a assistência do Espírito Santo (163). Este ensino torna-se tanto mais aceitável para homens e mulheres de boa vontade, quanto mais inspira o procedimento dos fiéis."
Se a Doutrina Social da Igreja não tem alcançado maior desempenho na sociedade dos nossos dias, sendo até mesmo desprezada em certas espaços, posso crer que isto ocorra mais em razão da falta de fé e de boa vontade de muitos do que por falta de clareza e pertinência doutrinais.
CIC-§2422: "O ensino social da Igreja inclui um corpo de doutrina que se vai articulando à medida que a mesma Igreja interpreta os acontecimentos no decurso da história à luz do conjunto da Palavra revelada por Cristo Jesus, com a assistência do Espírito Santo (163). Este ensino torna-se tanto mais aceitável para homens e mulheres de boa vontade, quanto mais inspira o procedimento dos fiéis."
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2419. «A Revelação cristã conduz [...] a uma inteligência mais penetrante das leis da vida social» (160). A Igreja recebe do Evangelho a revelação plena da verdade acerca do homem. Quando cumpre a sua missão de anunciar o Evangelho, a Igreja atesta ao homem, em nome de Cristo, a sua dignidade própria e a sua vocação para a comunhão das pessoas, e ensina-lhe as exigências da justiça e da paz, conformes à sabedoria divina.
2420. A Igreja emite um juízo moral em matéria econômica e social, «quando os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigem» (161). Na ordem da moralidade, ela exerce uma missão diferente da que concerne às autoridades políticas: a Igreja preocupa-se com os aspectos temporais do bem comum em razão da sua ordenação ao Bem soberano, nosso fim último. E esforça-se por inspirar as atitudes justas, no que respeita aos bens terrenos e às relações socioeconômicas.
2421. A doutrina social da Igreja desenvolveu-se no século XIX aquando do confronto do Evangelho com a sociedade industrial moderna, as suas novas estruturas para a produção de bens de consumo, o seu novo conceito de sociedade, de Estado e de autoridade, as suas novas formas de trabalho e de propriedade. O desenvolvimento da doutrina da Igreja em matéria econômica e social comprova o valor permanente da doutrina da mesma Igreja, ao mesmo tempo que o verdadeiro sentido da sua Tradição, sempre viva e activa (162).
2420. A Igreja emite um juízo moral em matéria econômica e social, «quando os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigem» (161). Na ordem da moralidade, ela exerce uma missão diferente da que concerne às autoridades políticas: a Igreja preocupa-se com os aspectos temporais do bem comum em razão da sua ordenação ao Bem soberano, nosso fim último. E esforça-se por inspirar as atitudes justas, no que respeita aos bens terrenos e às relações socioeconômicas.
2421. A doutrina social da Igreja desenvolveu-se no século XIX aquando do confronto do Evangelho com a sociedade industrial moderna, as suas novas estruturas para a produção de bens de consumo, o seu novo conceito de sociedade, de Estado e de autoridade, as suas novas formas de trabalho e de propriedade. O desenvolvimento da doutrina da Igreja em matéria econômica e social comprova o valor permanente da doutrina da mesma Igreja, ao mesmo tempo que o verdadeiro sentido da sua Tradição, sempre viva e activa (162).
2422. O ensino social da Igreja inclui um corpo de doutrina que se vai articulando à medida que a mesma Igreja interpreta os acontecimentos no decurso da história à luz do conjunto da Palavra revelada por Cristo Jesus, com a assistência do Espírito Santo (163). Este ensino torna-se tanto mais aceitável para os homens de boa vontade, quanto mais inspira o procedimento dos fiéis.
2423. A doutrina social da Igreja propõe princípios de reflexão, salienta critérios de julgamento e fornece orientações para a acção:
Todo o sistema, segundo o qual as relações sociais forem inteiramente determinadas pelos factores econômicos, é contrário à natureza da pessoa humana e dos seus actos (164).
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