QUESTÃO 465 - YOUCAT: QUE ATITUDE DEVE TER UM CRISTÃO RELATIVAMENTE À PROPRIEDADE ALHEIA?
(Em edição)
QUESTÃO 465: QUE ATITUDE DEVE TER UM CRISTÃO RELATIVAMENTE À PROPRIEDADE ALHEIA?
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DÉCIMO MANDAMENTO
Não cobiçarás os bens do teu próximo!
YouCat responde: Um cristão deve aprender a distinguir as ambições razoáveis dos desejos insensatos e injustos, adquirindo uma atitude interior de respeito pelos bens alheios. [2534-2537, 2552]
E continua: Do desejo vorás resultam a avareza, o roubo, o furto, as fraude, a violência, a injustiça, a inveja e a ânsia desmedida pela posse da riqueza alheia.
Citações YouCat:
- Não cobiçarás a casa do próximo, não desejarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, o seu boi ou o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença! Ex 20,17
- Vede bem, guardai-vos de toda a avareza! A vida de uma pessoa não depende da abundância de seus bens. Lc 12,15
REFLEXÃO
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2534. O décimo mandamento desdobra e completa o nono, que tem por objecto a concupiscência da carne. Proíbe cobiçar o bem de outrem, raiz de onde procede o roubo, a rapina e a fraude, proibidos pelo sétimo mandamento. A «concupiscência dos olhos» (1 Jo 2, 16) conduz à dolência e à injustiça, proibidas pelo quinto mandamento (267). A cobiça, bemcomo a fornicação, tem a sua origem na idolatria, proibida nos três primeiros mandamentos da Lei (268). O décimo mandamento incide sobre a intenção do coração e resume, com o nono, todos os preceitos da Lei.
I. A desordem das cobiças
2535. O apetite sensível leva-nos a desejar as coisas agradáveis que não possuímos. Exemplo disso é desejar comer quando se tem fome ou aquecer-se quando se tem frio. Estes desejos são bons em si mesmos; muitas vezes, porém, não respeitam os limites da razão e levam-nos a cobiçar injustamente o que não é nosso e que pertence, ou é devido, a outrem.
2536. O décimo mandamento condena a avidez e o desejo duma apropriação desmesurada dos bens terrenos; e proíbe a cupidez desregrada, nascida da paixão imoderada das riquezas e do seu poder. Interdita também o desejo de cometer uma injustiça pela qual se prejudicaria o próximo nos seus bens temporais:
«Quando a Lei nos diz: "Não cobiçarás", diz-nos, por outras palavras, que afastemos os nossos desejos de tudo o que não nos pertence. Porque a sede da cobiça dos bens alheios é imensa, infindável e insaciável, conforme está escrito: "O avarento nunca se fartará de dinheiro" (Sir 5, 9)» (269).2537. Não é violar este mandamento desejar obter coisas que pertencem ao próximo, desde que seja por meios legítimos. A catequese tradicional menciona, com realismo, «os que têm que lutar mais contra as suas cobiças criminosas» e que, portanto, precisam de ser «exortados com mais insistência a observarem este preceito»:
«São [.. .] os comerciantes que desejam a falta ou carestia das coisas, que vêem com pena não serem eles os únicos a comprar e a vender, o que lhes permitiria vender mais caro e comprar mais barato; os que desejam ver o seu semelhante na miséria, para obterem maiores lucros, quer vendendo quer comprando [...]. Os médicos, que desejam que haja doentes; os advogados, que reclamam causas e processos importantes e numerosos...» (270).
Resumindo:
2551. «Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração» (Mt 6, 21).
2552. O décimo mandamento proíbe a cupidez desregrada, nascida da paixão imoderada das riquezas e seu poder.
2553 Inveja é a tristeza que se experimenta perante o bem alheio e o desejo imoderado de se apropriar dele. É um vício capital.
2554 O baptizado combate a inveja pela benevolência, pela humildade e pelo abandono à providência divina.
2555. Os fiéis de Cristo «crucificaram a carne com as suas paixões e desejos» (Gl 5, 24); são conduzidos pelo Espírito e seguem os seus desejos.
2556. O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino dos céus. «Bem-aventurados os pobres em espírito» (Mt 5, 3).
2557. O homem de desejo diz: «Quero ver a Deus», sede de Deus é saciada pela água da vida eterna (293).
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