QUESTÃO 464 - YOUCAT: QUAL É A ATITUDE DO PUDOR?
(Em edição)
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São João Eudes, primeiro promotor da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. |
QUESTÃO 464: QUAL É A ATITUDE DO PUDOR?
YouCat responde: O pudor protege o espaço íntimo da pessoa, isto é, o seu mistério, o que tem de mais próprio e interior, a sua dignidade; acima de tudo, defende a sua capacidade para o amor e entrega erótica. Ele remete para aquilo que deve ser o amor. [2521-2525, 2533]
E continua: Muitos jovens cristãos vivem num ambiente em que tudo é mostrado como evidente e o sentimento do pudor é sistematicamente desaprendido. Mas a impudência é inumana. Os animais não conhecem sentimento de pudor; pelo contrário, no ser humano, é um distintivo essencial. O pudor não esconde uma coisa sem valor, mas protege algo valioso, isto é, a dignidade da pessoa na sua capacidade para amar. O sentimento de pudor encontra-se em todas as culturas, ainda que sob diferentes formas. Não tem nada a ver com beatice ou educação frustrada. O ser humano também tem vergonha dos seus pecados e de outras coisas cuja divulgação o evitariam. Quem, mediante palavras, olhares, gestos e atos, fere o sentimento do pudor natural de uma outra pessoa rouba-lhe a dignidade. > 412-413
Citações YouCat:
- Portanto, fazei morrer o que em vós é terreno: imoralidade, impureza, paixões, maus desejos e avareza, que é uma idolatria. Gl 3,5
- Trabalhai hoje tanto, que não seja pecado deixá-lo para amanhã. São João Bosco.
- O pudor existe por toda a parte onde há mistério. Friedrich Nietzsche
REFLEXÃO
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2521. A pureza exige o pudor. O pudor é parte integrante da temperança. O pudor preserva a intimidade da pessoa. Designa a recusa de mostrar o que deve ficar oculto. Ordena-se à castidade e comprova-lhe a delicadeza. Orienta os olhares e as atitudes em conformidade com a dignidade das pessoas e com a união que existe entre elas.
2522. O pudor protege o mistério da pessoa e do seu amor. Convida à paciência e à moderação na relação amorosa e exige que se cumpram as condições do dom e do compromisso definitivo do homem e da mulher entre si. O pudor é modéstia. Inspira a escolha do vestuário, mantém o silêncio ou o recato onde se adivinha o perigo duma curiosidade malsã. O pudor é discrição.
2523. Existe um pudor dos sentimentos, tal como existe um pudor corporal. Ele protesta, por exemplo, contra as explorações exibicionistas do corpo humano em certa publicidade, ou contra a solicitação de certos meios de comunicação em ir longe demais na revelação de confidências íntimas. O pudor inspira um modo de viver que permite resistir às solicitações da moda e à pressão das ideologias dominantes.
2524. As formas de que o pudor se reveste variam de cultura para cultura. No entanto, ele continua a ser, em toda a parte, o pressentimento duma dignidade espiritual própria do homem. Nasce com o despertar da consciência pessoal. Ensinar o pudor às crianças e adolescentes é despertá-los para o respeito pela pessoa humana.
2525. A pureza cristã exige uma purificação do ambiente social. Exige dos meios de comunicação social uma informação preocupada com o respeito e o recato. A pureza de coração liberta do erotismo difuso e afasta dos espectáculos que favorecem a curiosidade mórbida e a ilusão.
RESUMINEDO:
2528. «Todo aquele que olhar para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração» (Mt 5, 28).
2529. O nono mandamento acautela-nos contra a cupidez ou concupiscência carnal.
2530. A luta contra a concupiscência carnal passa pela purificação do coração e pela prática da temperança.
2531. A pureza de coração permitir-nos-á ver a Deus: desde já, permite-nos ver tudo segundo Deus.
2532. A purificação do coração exige a oração, a prática da castidade, a pureza de intenção e do olhar.
2533. A pureza do coração requer o pudor que é paciência, modéstia e discrição. O pudor preserva a intimidade da pessoa.
412. Mas porque é que Deus não impediu o primeiro homem de pecar? São Leão Magno responde: «A graça inefável de Cristo deu-nos bens superiores aos que a inveja do demónio nos tinha tirado» (310). E São Tomás de Aquino: «Nada se opõe a que a natureza humana tenha sido destinada a um fim mais alto depois do pecado. Efectivamente, Deus permite que os males aconteçam para deles tirar um bem maior. Daí a palavra de São Paulo: "onde abundou o pecado, superabundou a graça" (Rm 5, 20). Por isso, na bênção do círio pascal canta-se: "Ó feliz culpa, que mereceu tal e tão grande Redentor!"» (311).
Resumindo:
413. «Não foi Deus quem fez a morte, nem Ele se alegra por os vivos se perderem [...]. A morte entrou no mundo pela inveja do Diabo» (Sb 1, 13; 2, 24).
420. A vitória alcançada por Cristo sobre o pecado trouxe-nos bens superiores àqueles que o pecado nos tinha tirado: «Onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rm 5, 20).
421. «Segundo a fé dos cristãos, este mundo foi criado e continua a ser conservado pelo amor do Criador; é verdade que caiu sob a escravidão do pecado, mas Cristo, pela Cruz e Ressurreição, venceu o poder do Maligno e libertou-o...» (314).
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