QUESTÃO 444 - YOUCAT: O QUE DIZ A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA SOBRE O TRABALHO E O DESEMPREGO?


(Em edição)

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Desemprego agudo no Brasil - Região Metropolitana do Recife

QUESTÃO 444: O QUE DIZ A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA SOBRE O TRABALHO E O DESEMPREGO? 


YouCat responde: O trabalho é uma tarefa confiada por Deus ao ser humano. Nós devemos, num esforço comum, guardar e continuar a Sua obra criadora: "O Senhor Deus tomou o ser humano e colocou-o no Jardim do Édem, para o cultivar e guardar." (Gn 2,15). Para a maioria das pessoas, o trabalho é a base de sua vida. O desemprego é uma grande desgraça e deve ser resolutamente combatido.

E continua: Enquanto hoje, muitos desejariam trabalhar, mas não encontram emprego, existem pessoas tão viciadas no trabalho que, de tanto fazer, não têm tempo para Deus e para os outros. E enquanto muitas pessoas quase não conseguem obter alimentos para si e para os seus familiares, outras há que ganham tanto que podem ter uma vida de luxo inigualável. O trabalho não é um fim em si mesmo, mas deve servir à realização de uma sociedade humana digna. A Doutrina Social da Igreja empenha-se, portanto, por uma ordem econômica em que todas as pessoas interajam ativamente e possam participar da criação do bem-estar. Ela luta por salários justos, que possibilitem a todos uma existência humana digna, e exorta os ricos às virtudes da partilha solidária. > 47. 332

Citações YouCat: 
O trabalho é um bem do ser humano - é um bem da sua humanidade - porque, mediante o trabalho, o ser humano não somente transforma a natureza, adaptando-a às próprias necessidades, mas também se realiza a si mesmo como ser humano e até, num certo sentido, "se torna mais humano". João Paulo II, Laborem exercens, n.º 9.



REFLEXÃO 



A Doutrina Social da Igreja prega a justiça social nas relações trabalhistas, salários dignos e justos; e exorta os afortunados à prática das virtudes da partilha.

Estamos diante de uma questão muito debatida e ainda pouco compreendida em seus fundamentos; muitos são os que se debruçaram sobre ela, quase sempre usando como pano de fundo da discussão o Santo Evangelho, a Palavra de Deus. 
Como fazer todas as pessoas interagirem  ativamente e participarem na produção do próprio bem-estar, estendendo-o, também, ao seu irmão? 
A justiça e o amor evangélico estão ai embutidos.
Trabalho leva à produção, que leva ao consumo, que produz bem-estar mas, também, pode gerar mal-estar, doença, desperdícios e empobrecimento dos recursos naturais, tornando-se potencialmente danoso ao desenvolvimento das futuras gerações.
Injusto é consumir sem produzir, escreve Pedro Cerize, sócio-fundador da Skopos Investimentos e gestor de investimentos da região de São Paulo, Brasil. 
Ele esclarece: "Ontem, por algumas horas, Jeff Bezos, fundador e CEO (Chief Executive Officer) da Amazon, ultrapassou Bill Gates como o homem mais rico do mundo. Rapidamente, li no Twitter um comentário questionando o quão injusto é um homem ter 90 bilhões de dólares enquanto outros não têm água para beber." 
Em seguida, agulhando a militância da esquerda brasileira, acrescenta: "O problema, a meu ver, é a forma como a distribuição justa da riqueza é calculada. Propriedade é só uma convenção social. Consumo do produto social deveria ser a medida correta". 
Como se faz uma distribuição justa de riquezas? 
Para explicar, o autor apela à sabedoria das abelhas, ao conhecimento inerente à organização de uma colmeia. Nela, "Cada membro tem a sua função. Construir e manter a colmeia, cuidar das pupas, coletar o mel e garantir a segurança são funções de diferentes membros daquela sociedade. Não vemos abelhas ociosas, aposentadas, vivendo de pensão, de ajuda de outras abelhas, organizando o sindicato das coletoras de mel e assim por diante... Cada uma desempenha o seu papel e recebe do todo a sua parte".

"Ao observarmos as abelhas, nunca perguntamos quem são as “donas” da colmeia. Mesmo que isso existisse e toda colmeia fosse registrada em nome de apenas uma abelha, qual impacto real na vida das abelhas? A dona de tudo ainda estaria trabalhando e consumindo assim como todas as outras."

"Se olhássemos o mundo não pelo que as pessoas têm registrado em seu nome como propriedade, mas pelo que elas consomem versus o que elas produzem, o conceito de injustiça social seria absolutamente diferente. Os que vivem de pregar contra as injustiças seriam vistos apenas como aproveitadores, não produzindo nada e consumindo o que outros produziram. Mas, no fundo, é essa a mais pura realidade."


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QUANDO AS COISAS FICAM DIFÍCEIS, O DIFÍCIL COMEÇA


(When the going gets tough, the tough get going - Pedro Cerize - 08/07/2017) - https://twitter.com/pedrocerize - gritty@inversapub.com



Ontem, por algumas horas, Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, ultrapassou Bill Gates como o homem mais rico do mundo. Rapidamente, li no Twitter um comentário questionando o quão injusto é um homem ter 90 bilhões de dólares enquanto outros não têm água para beber.
     
A mentalidade da esquerda não descansa. O problema, a meu ver, é a forma como a distribuição justa da riqueza é calculada. Propriedade é só uma convenção social. Consumo do produto social deveria ser a medida correta.

Vou ilustrar esse raciocínio olhando para a organização de uma colmeia.

   
Cada membro tem a sua função. Construir e manter a colmeia, cuidar das pupas, coletar o mel e garantir a segurança são funções de diferentes membros daquela sociedade. Não vemos abelhas ociosas, aposentadas, vivendo de pensão, de ajuda de outras abelhas, organizando o sindicato das coletoras de mel e assim por diante... Cada uma desempenha o seu papel e recebe do todo a sua parte.
     
Fazendo o mesmo raciocínio para a raça humana... Imagine um visitante de outra galáxia, muito mais desenvolvido que nós humanos, venha aqui e observe o que está acontecendo, assim como nós observamos uma colmeia. Esse ser desenvolvido olharia o que cada membro da “colmeia humana contribui” e aquilo que ele retira da sociedade. De maneira geral, podemos ver uma harmonia social. Tudo que é produzido é consumido nessa mesma sociedade (planeta Terra) e os indivíduos mais produtivos são também os que mais consomem.
   
Ao observarmos as abelhas, nunca perguntamos quem são as “donas” da colmeia. Mesmo que isso existisse e toda colmeia fosse registrada em nome de apenas uma abelha, qual impacto real na vida das abelhas? A dona de tudo ainda estaria trabalhando e consumindo assim como todas as outras.
    
Bill Gates criou uma empresa e programas que viabilizaram a criação do computador pessoal. Essa criação deu um salto global gigantesco na produtividade. Indiretamente, ele produziu infinitas vezes mais riqueza que o patrimônio pessoal dele (90 bilhões de dólares). Mas se analisarmos somente o que Bill Gates vai consumir pessoalmente, enquanto for vivo - por mais jatos, casas e vinhos caros que ele possa ter -, isso é somente uma fração do que ele ajudou a produzir. Bill Gates é um grande injustiçado social.
   
Jeff Bezos revolucionou o varejo aumentando a eficiência e reduzindo o custo de levar os bens de consumo às pessoas. Continua trabalhando como uma abelha qualquer e jamais vai consumir uma fração do que produziu. Jeff Bezos é outra vítima da injustiça distributiva. Podemos falar o mesmo de Henry Ford, Einstein, Tesla, Thomas Edison e outros.
     
Quando um médico salva uma vida, ele foi responsável por aumentar a produção da humanidade, já que um morto não pode trabalhar. Alexander Fleming, ao criar a penicilina, aumentou incrivelmente a capacidade de produção da Terra e consumiu parcela ínfima dessa riqueza.
     
Por outro lado, um assaltante nada produz. Apenas toma à força o que outros produziram. Se ele matar alguém, vai destruir tudo o que o indivíduo ia fazer no futuro. Hitler, Stalin e Mao foram responsáveis pela destruição incalculável de riqueza. Essas pessoas, por menos que consumam, sempre vão ser um ônus para a sociedade. Vão sempre ter mais do que mereciam.
     
O visitante alienígena provavelmente ficaria curioso ao ver que alguns humanos trabalham pouco e param (se aposentam) rapidamente, enquanto outros continuam a trabalhar até o final da vida. Outros (herdeiros ociosos) ainda consomem loucamente durante toda a sua existência sem nunca ter produzido nada.
     
Se olhássemos o mundo não pelo que as pessoas têm registrado em seu nome como propriedade, mas pelo que elas consomem versus o que elas produzem, o conceito de injustiça social seria absolutamente diferente. Os que vivem de pregar contra as injustiças seriam vistos apenas como aproveitadores, não produzindo nada e consumindo o que outros produziram. Mas, no fundo, é essa a mais pura realidade.
      
Como todos vamos morrer, só somos donos efetivamente daquilo que consumimos enquanto estamos vivos. Obviamente, estamos dispostos a distribuir parte do excedente daquilo que produzimos aos que, por motivos naturais, não podem produzir para sobreviver. Injusto é consumir muito mais do que produzimos. Injusto é consumir sem produzir. Revoltante é consumir destruindo a produção.
   
Vamos torcer para mais Jeff Bezos na Terra. A riqueza só é criada por aqueles que produzem muito mais que consomem. E essa riqueza, de alguma forma, justa ou não, vai ser consumida por toda a colmeia.






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