QUESTÃO 333 - YOUCAT: EXISTE UMA LEI NATURAL QUE POSSA SER CONHECIDA POR TODOS?
(Em edição)
YouCat responde: Se as pessoas fazem o bem e evitam o mal, deve estar inscrita, no seu íntimo, a sua consciência sobre aquilo que é bom ou mau. Com efeito, existe uma tal lei, por assim dizer "natural" ao ser humano, que em princípio pode ser descoberta por qualquer pessoa através de sua razão [1949-1960, 1075,1978-1979].
E continua: A Lei Natural é válida para todos. Diz ao ser humano que direitos e deveres fundamentais ele tem, constituindo, assim, o fundamento intrinseco da convivência na família, na sociedade e no Estado. Porque o conhecimento natural está ofuscado pelo pecado e pela fraqueza humana, o ser humano necessita da ajuda de Deus e de Sua Revelação, para permanecer no bom caminho.
Citações:
- PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE (Lat. solidus = firme, forte): É o princípio da Doutrina Social da Igreja que visa a união entre as pessoas e se orienta para uma "civilização do amor" (João Paulo II).
REFLEXÃO
Uma bendita Lei Natural governa e disciplina a convivência dos seres humanos com Deus e entre eles; uma Lei que já pode ser percebida no anúncio da Criação, quando a Sagrada Escritura nos diz que"... Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom" (Gn 1,31).
Tudo o que Deus criou é naturalmente bom e atende aos mais altos critérios de perfeição porque Deus é infinitamente perfeito, misericordioso e bom.
A bondade de Deus
"E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá. Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente? Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião? Se vós, pois, sendo maus (Aqui, podemos imaginar que o ser humano, após o pecado original, deixou de ser totalmente bom porém ainda é capaz de fazer o bem), sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem." (Lc 11, 10-13)
O Espírito Santo é fonte de toda graça e de todo bem.
Obra prima, à imagem e semelhança de Deus, o ser humano carrega consigo, enraizada em sua natureza mais íntima, uma centelha viva da Inteligência Criadora, fonte de graça e de bondade.
Ofuscado pelo pecado, a natural capacidade de conhecimento do ser humano debilitou-se e vive a necessitar de ajuda, da luz do Espírito Santo, da revelação de Deus, para escapar das armadilhas do mal, no complexo universo das criaturas. Só Deus mesmo, para iluminar a razão humana, fazê-la recobrar valores primordiais, reconhecer a eficácia de princípios edificantes imortais.
E, quando nos é dado Moisés com as Tábuas da Lei, Deus nos fala da quietude do deserto, da solidão da montanha, da estranha e abrasadora sarça que se queima sem se consumir.
E, quando nos é dado Moisés com as Tábuas da Lei, Deus nos fala da quietude do deserto, da solidão da montanha, da estranha e abrasadora sarça que se queima sem se consumir.
É verdade que a fonte original da perfeição foi afastada e a natureza inteira geme sob o peso do pecado. E, o ser humano, assumindo autodeterminação conquistada à revelia de Deus, errante divaga, por terras estranhas de climas inclementes; segue seu rebelde caminho, fustigado pelo calor, cultivando agrestes solos de espinhosas ervas e animais peçonhentos, em um duro labor.
As criaturas, todas, são frutos do amor, existem no amor e para o amor de Deus. Por isso, o sol nasce para todos, o solvente universal (a água) tudo dessedenta e permeia; e, pelo universo inquieto, alegre, a vida eclode, fervilha e vagueia.
E o conforto nos vem da Sagrada Escritura, que afirma:
"Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada. Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou), todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia. Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do nosso corpo." (Rm 8,18-23)
Lei Natural:
Um fundamento perene e universal:
Pe. Jorge Filipe Teixeira Lopes, EP.
"Ensina Santo Tomás que a lei natural é a noção que o homem tem de praticar o bem e evitar o mal.
1) Na ordem prática, estes dois princípios evidentes em si mesmos e universais, constituem a base de todos os juízos morais.
2) São estes princípios reguladores descobertos pela razão à medida em que nela vai progredindo a consciência moral.
1) Na ordem prática, estes dois princípios evidentes em si mesmos e universais, constituem a base de todos os juízos morais.
2) São estes princípios reguladores descobertos pela razão à medida em que nela vai progredindo a consciência moral.
Essa noção de existência de uma lei natural inata no homem é herdada de uma tradição muito antiga. Muito antes de Santo Tomás, os Padres da Igreja e, antes deles, na antiguidade, os estoicos, Cícero, e até os poetas gregos como Sófocles, defendiam a sua existência, denominando-a como lei não escrita. Foi, contudo, o Doutor Angélico quem melhor soube fundamentar as teses sobre lei e direitos naturais, pressupondo três categorias de leis: lei eterna, lei natural e lei humana. No que diz respeito à lei natural, para o Aquinate ela não é senão a participação da criatura racional na lei eterna, ou seja, a lei eterna, que é a própria razão divina e o fundamento moral de toda a lei (Cf. S. Th. q. 93. a.6), está como que decalcada na razão humana. Deus ao criar o homem e todo o universo colocou uma ordem em cada natureza, através da qual cada ser age de acordo com o fim da sua natureza. Qualquer homem ao nascer está sujeito à lei e deve agir conforme ela.
3) Santo Tomás segue a tradição de todos os Padres da Igreja. Já no século V, Santo Agostinho sublinhara a existência de várias naturezas, cada qual com leis próprias, às quais se submetem os seres criados: “A razão é que d’Ele (Deus) receberam a categoria de naturezas, e tornam-se defeituosas na medida em que se afastam da sua ideia-arquétipo, pela qual foram produzidas”.
4) Segundo Étienne Gilson, no pensamento medieval a ideia de lei natural está subjacente à razão divina e à lei eterna, pois esta se confunde com a vontade ou a razão de Deus. O princípio analógico de que a lei natural está para a lei eterna assim como o ser está para o Ser, vale indistintamente para toda a ordem de criaturas.
Deus […] concriou a lei natural aos seres que ele chamava à existência e como o facto de existirem se dá por uma participação analógica com o ser divino, assim também analogicamente participam da Sua lei eterna, pois a regra da sua catividade está inscrita na própria essência e estrutura do seu ser .5"
3) Santo Tomás segue a tradição de todos os Padres da Igreja. Já no século V, Santo Agostinho sublinhara a existência de várias naturezas, cada qual com leis próprias, às quais se submetem os seres criados: “A razão é que d’Ele (Deus) receberam a categoria de naturezas, e tornam-se defeituosas na medida em que se afastam da sua ideia-arquétipo, pela qual foram produzidas”.
4) Segundo Étienne Gilson, no pensamento medieval a ideia de lei natural está subjacente à razão divina e à lei eterna, pois esta se confunde com a vontade ou a razão de Deus. O princípio analógico de que a lei natural está para a lei eterna assim como o ser está para o Ser, vale indistintamente para toda a ordem de criaturas.
Deus […] concriou a lei natural aos seres que ele chamava à existência e como o facto de existirem se dá por uma participação analógica com o ser divino, assim também analogicamente participam da Sua lei eterna, pois a regra da sua catividade está inscrita na própria essência e estrutura do seu ser .5"
palmilhou
"Se, então, a lei natural é descoberta pela razão a partir das “inclinações fundamentais da natureza humana . . . absolutas, imutáveis e de validade universal para todos os tempos e lugares,” segue-se que a lei natural fornece um conjunto objetivo de normas éticas que guiam as ações humanas em qualquer tempo ou lugar.[1] A lei natural é, em sua essência, uma ética profundamente “radical”, pois ela expõe o status quo existente, que pode violar gravemente a lei natural, à impiedosa e inflexível luz da razão. No campo da política ou da ação estatal, a lei natural fornece ao homem um conjunto de normas que pode ser radicalmente crítico às leis positivas atualmente impostas pelo estado (diz-se positiva (jus positum) uma lei, porque posta ou estabelecida pela autoridade competente). Neste momento, precisamos destacar apenas que a própria existência de uma lei natural sujeita à descoberta pela razão é uma ameaça potencialmente poderosa ao status quo bem como uma reprovação permanente da soberania de costumes cegamente tradicionais ou à vontade arbitrária do aparato estatal. "
"Na verdade, os princípios legais de qualquer sociedade podem ser estabelecidos de três maneiras diferentes: (a) seguindo-se os costumes tradicionais da tribo ou comunidade; (b) obedecendo-se à vontade arbitrária ead hoc daqueles que governam o aparato estatal; ou (c) utilizando a razão humana para descobrir a lei natural — resumindo, por conformidade subordinada aos costumes, por capricho arbitrário ou pelo uso da razão humana. Essencialmente são estas as únicas formas possíveis de estabelecer uma lei positiva. Aqui afirmaremos apenas que o último método (c) é ao mesmo tempo mais apropriado para o homem, mais nobre e plenamente humano, e mais potencialmente “revolucionário” vis-à-vis qualquer status quo conhecido. "
"Em nosso século, o desprezo pela mera existência da lei natural e a difundida ignorância sobre esta tem limitado a sugestão de adoção das estruturas legais (a) ou (b), ou uma mistura das duas. Isto afeta também aqueles que advogam uma política de liberdade individual. Portanto, existem libertários que simples e inquestionavelmente adotariam o direito consuetudinário, mesmo com suas muitas falhas anti-libertárias. Outros, como Henry Hazlitt, descartariam todas as limitações constitucionais ao governo e contraria unicamente com a vontade da maioria como expressada pela legislatura. Nenhum dos grupos parece compreender o conceito de uma estrutura de lei natural racional como referência para moldar e re-moldar leis positivas em vigência.[2] "
--------------------
Publicado em 3 de abr de 2014
Palestra sobre o método ADI/TIP, criado por Renate Jost de Moraes, realizada por Maria Clara Jost, em 22 de novembro de 2011.
Assista a palestras sobre este tema presencialmente na sede da FUNDASINUM, à rua Musas, 166, Bairro Santa Lúcia, em Belo Horizonte, Brasil, todas as 3as terças feiras de cada mês. Palestra "A ADI em detahes" realizada por Maria Clara Jost em 22/11/2011.
A proposta do Método de Intervenção terapêutica ADI/TIP (Método da Abordagem Direta do Inconsciente[1] e Terapia de Integração Pessoal) é de uma vivência terapêutica que possibilita a descoberta das conclusões pessoais que foram registradas no inconsciente e que são descritas conscientemente pela pessoa como códigos ...
Nos últimos anos, a Fazenda da Esperança custeou a formação de vários profissionais na área de psicologia e esses se especializaram no método de intervenção terapêutica ADI/TIP.
Comentários