PEPITAS DE OURO DA ESTRADA DA VIDA: FORTALEZA DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO
Com um céu sempre azul, e um lindo horizonte,
Onde a estrela do dia passeia majestosa,
Desenhando alegres paisagens fulgurantes...
Com os rumores noturnos fazendo-se passageiros,
A passarada ligeira encerra a madrugada,
Pressentindo da manhã os albores primeiros,
Com algazarra prepara eloqüente jornada...
A brisa costeira soprando rasteira,
Sacode os coqueiros e bafeja as restingas,
Seguindo mais longe, alcança os sertões,
E invade os rincões de cipós das caatingas...
Por vales profundos de verdes isentos,
Apressado se lança ruidoso o vento,
Moldando espinhos e alisando a cera,
Das aguçosas palmas da carnaubeira.
Cantando ao embate de angulosas serras,
O vento se dobra em intensa exaustão,
Com gemidos e uivos, abatido se entrega,
Ao rigor da caatinga, à aridez do sertão...
As areias costeiras que os passos envolvem,
Protegem a cidade das ondas revoltas,
Que mansas, domadas, nas praias se lançam,
Alegria e lazer para os que as alcançam...
O tumulto da cidade nos labirintos do centro,
É dinheiro no banco é negócio opulento,
Em vivo contraste com bairros singelos,
De casas caiadas, de pouca zoeira,
De gente modesta vendendo na feira...
Saltitante estremece na Fortaleza a vida...!
E embalando ao léu abundante ramagem,
Ao impulso salino de alísios ventos,
Cajueiros, coqueiros, desenham a paisagem,
Com folhas multicores e frutos suculentos.
Pedro Furtado Leite
Comentários